26 de julho de 2009

Moonwalk - Nova rota no Cuscuzeiro


Calango de olho no serviço.

Um projeto: projeto é aquela coisa que não tá sendo feita, mas pode um dia vir a se realizar, certo? Sei lá! Mas esse projeto virou realidade!

Moonwalk é o nome da via, 15 metros de escalada em pedra boa, agarras alucinantes, chapeletas e móveis fazem a proteção.
Terminando de apertar o grampo do teto!

A Conquista: Num final de semana ligo para o Beto Severian, e o convido para a abertura dessa linha, que sai da base da via Denorex e termina no cume. Subimos até o cume e rapelamos num lugar porco, olhei bem num pilar e pronto, era ali o lugar da base. Descemos até o ponto e a rocha era realmente boa. Demoramos muito para fazer o primeiro furo, no batedor, dividimos o trabalho, bati metade do grampo e beto a outra metade. Tínhamos ainda que recolher o rapel que estava armado lá no cume, enquanto fui tirar os equipamentos e rapelar, Beto terminou o outro furo e desceu já de noite.
Outro final de semana chamei Mario Ruffino para ir me ajudar, e logo aceitou o pedido! Muito massa isso, ver uma galera disposta e ajudar.
Subimos no cume e armamos o rapel, desci e já fui olhando os lugares do furo e a escalada. Subi a furadeira (isso sim ajudou) e comecei o trampo, que delícia ver as chapas lá, até pendurei uma costura pra ficar mais bonito! No fim do dia: mais uma via pronta.
Jumareando pra começar o trampo!

A Escalada: A via começa com uns movimentos fáceis para alcançar a primeira chapa, e logo em seguida o crux, regletera que vai dar trabalho. Logo após a segunda chapa (preciso colocar, mas da pra fazer sem) vai um friend grande numa fenda horizontal, deste ponto é só tocar para baixo do teto. No teto uma fenda perfeita vai protejer um lance de pisco e enfim a última chapeleta. Agarrões para terminar a cadena e descer feliz. Descer no rapel, pois a base da via fica a 45 metros no chão.

Dicas:

-O melhor é fazer a via em uma enfiada, usando costurões na Denorex inteira. Se for fazer em duas enfiadas o seg tem que ficar MUITO esperto nas 2 primeiras chapas, mas muito esperto mesmo!

-Apesar da via ser em um trecho de rocha boa, ela é nova e sempre tem uma ou outra pedrinha pra cair! Preste atenção.

-Por enquanto a segunda chapa não está lá, a cabeça do martelo caiu e não consegui colocar, mas dá pra fazer sem, a vaca vai ser maior, mas não bate em nada.

-Rapele com 2 cordas de 50 em um rapel só ou com dois rapeis com uma corda a penas.


Equipos: Equipos da Denorex + 5 costuras, friends médios e 1 friend equivalente ao número 3 da BD.

Muito obrigado Beto e Ruffino, é isso ai.

Um forte abraço! André Funari




Croqui:

24 de julho de 2009

Tempestade na Montanha = PROBLEMA

Problemão vindo!


Ontem fui para o Cuscuzeiro, em Analândia, escalar e curtir aquela formação alucinante de arenito.
Chegamos lá com um tempo estranho mas com pouca cara de chuva. Fizemos uma via e fomos para o Platô do Bundão, chegando lá uma brisa fria começou a soprar nas encostas da montanha, no horizonte uma baita chuva, tempestade mesmo, com raios e ventos muito fortes.
Já peguei tempestades ali uma outra vez, uns 2 anos atrás. Muita chuva, mas dessa vez um vento forte tomou conta da montanha!

Nessas condições o melhor a se fazer é tentar evacuar o lugar rapido, mas com segurança. Estávamos em seis pessoas, eu e o Paul de Rio Claro assumimos e começamos a descer as pessoas por rapel numa parada equalizada. Foi o melhor a fazer ali, tinhamos equipamento de sobra para descer as pessoas e terminar a trilha com segurança.
O problema é quando falta equipamento e é preciso esperar na parede. O melhor é encontrar um abrigo, e dentro do abrigo (buraco, caverna, etc) é preciso manter-se a fastado da parede, ficar no meio do abrigo, isso tudo para evitar que a descarga de um raio na montanha pegue em cheio os escaladores.
Se não existe possibilidade de descer ou entrar em algum abrigo seguro o melhor é ficar esperando a chuva diminuir ou parar com um Anorak ou Blusa a prova d'água. O mais importante é manter-se seco, e se possível quente!

Um bom equipo é um Saco de Emergência ou Saco de Sobrevivência. É um "saco" feito com um material isolante e impermeável, muito útil. Ele pesa 74 gramas e na embalagem fica com uns 10cm por 5cm, aberto fica com 2,15 metros por 90cm. Você entra dentro e fica sentado ou deitado esperando a chuva passar, fica quente e seco. Muito bom para emergências.
Uma capa para a mochila também é um ótimo equipo, ela irá protejer roupas, equipos, tudo o que estiver na mochila. Algumas sacolinhas de mercado resolvem bem numa emergência, coloque tudo o que não puder molhar e feche com dois ou três nós.

Nos procedimentos de segurança tome cuidado redobrado ao montar os sistemas, principalmente o rapel. Confira mais de uma vez todos os equipamentos e sistemas. Com chuva, vento, raios, fica bem mais difícil ver o freio, os nós e obstáculos durante a descida.Nos rapeis molhados: atenção redobrada!

Preste atenção também na previsão, ela não é muito confiável, mas pode ajudar.

Um abraço, André Funari.

Genja e Beto na base da Ana Chata, repare nos anoraks (blusas) impermeáveis.




20 de julho de 2009

Lenda de São Bento do Sápucaí

Encontrei no blog: bauzera.blogspot.com
Lenda sobre os nomes das montanhas de São Bento!
"A tribo, que habitava o bairro do baú, com medo de ser atacada por outras tribos, mantinha no alto da pedra um índio jovem para a guarda de sua tribo.
Um dia foi designado pelo Pagé o jovem índio Bhaubá, para ficar de vigilância na pedra denominada Ita-Mirim. Esse índio se apaixonou por uma pequena índia, que vivia em outra aldeia, hoje, imediações de São Bento do Sapucaí, região baixa que tem vista da Pedra do Baú.
Como não podiam se encontrar, combinaram que se comunicariam através de sinais, ele da pedra grande e ela de sua aldeia. O índio levaria arco e flecha, e na hora combinada, lançaria a flecha contra a outra pedra, a faísca saída do atrito, seria o sinal de amor e de comunicação, e sempre era visto pela índia apaixonada.
Um dia o sinal não foi mais visto pela índia.
A tribo descobriu o sinal que bhaubá enviava para a índia, o cacique e o pagé acharam que o gesto impensado do jovem cortou o caminho e a proteção de tupã, reuniram o conselho e decidiram que bhaubá deveria morrer, e assim o fizeram. O amarraram junto a uma grande árvore e atearam fogo. Muitos e muitos dias a árvore ficou queimando...
Desesperada com a falta de sinal, Ana-Yra ficou sabendo da morte de seu amor, e desgostosa subiu até a pedra Ita-Patá, e ingeriu erva venenosa. Ana-Yra foi encontrada morta na caverna da pedra Ita-Patá.
A pedra Ita-mirim seria o bauzinho, a pedra Ita-matatá seria o baú, em homenagem ao índio Bhaubá, e a pedra Ita-patá ficou como Ana-Ira, que em linguagem indígena significa chata ou baixinha."