28 de maio de 2018

Novas rotas Serra do Cipó - Papagaio - Existencialismo proj e Dia de Cão 8a/b

Comecei escalando com uma turma em São Carlos no ano de 2005, e desde então a atividade de abrir vias ou boulders foi paralela a escalada em si, escalando, abrindo vias, caminhando e cantanto e seguindo a canção. Começamos procurando pedras e rotas novas para escalar, cansados de repetir as mesmas linhas no Cuscuzeiro ou Camelo, Itaqueri, Pico dos Mosquitos. Era preciso expandir os horizontes. Provavelmente essa busca pelo novo desenvolveu em muitos escaladores uma relação diferente com a rocha. Isso acontece com praticamento todo bom conquistador de vias: passa-se a olhar a pedra pelas novas possibilidades, buscando sempre novas linhas, novos caminhos, bonitos, prazerozos e/ou desafiadores.

O processo de abrir uma via é praticamente uma arte. A linha se revela ao escalador como um anjo se revela ao escultor do mármore. O escultor vê no mármore bruto a escultura perfeita. Ao passo que o conquistador, em essência, vê a rota na rocha bruta, passa a imaginar a ação. De pronto, com batedor, bolts, chapeletas, friends, nuts, acontece uma linha perfeita, uma obra se realiza.

Inverno de 2017 fiquei dois meses num dos melhores lugares para escalada esportiva no Brasil: O morro da pedreira da Serra do Cipó.
Era Julho de 2017, eu e o Lekinho (Alex Mendes), estávamos fazia meia hora sentados na frente do mármore bruto (kkkkkkk). Olhamos a parede por um tempo e, em prosa, começamos a imaginar uma escalada naquela parede, de onde poderia sair, por onde passar e terminar. Ficamos ali viajando, imaginando, sonhando, e aquele mármore de milianos revelou uma linha, uma linda linha.

Na época estava lendo muito Sartre e por diversas situações o nome da linha, depois de aberta (participou da conquista o escalador goiano Digão), ficou Existencialismo. A linha ficou com 8 chapeletas mais a parada dupla, um boulder no meio e ainda deixamos uma variante, tocando reto da quarta chapa pra um final fácil (5 grau) e parada dupla. Essa variante ficou Dia de Cão 8a/b

Lekinho e eu no setor pcc. Ficamos olhando pra linha, desenhando na mente como escalaríamos ali.

Subindo pesadão

Vale do Papagaio


Digão dando um talento cafeinado no inicio da rota e Fei no comando.

Fei provando o começo da rota. Mesmo começo da Dia de Cão 8a/b variante reto






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