25 de julho de 2020

CAR - Curso de Auto-resgate

Durante muito tempo não demos importância para as operações de "auto-resgate"...poucos escaladores são os que sabem fazer, mas muitos os que entram em roubadas que podem significar problemas graves e até fatais. Podemos evitar tal situação com um bom conhecimento das técnicas de auto-resgate e de primeiros socorros em áreas remotas, em conjunto.

As técnicas de auto-resgate são aquelas que possibilitam o escalador não-acidentado  acessar o escalador acidentado (guia ou participante) e prestar os primeiros socorros.
Se a lesão não foi grave (sem problemas na coluna ou bacia etc.) e o estado do escalador acidentado permite uma evacuação, o escalador não-acidentado consegue também retirar todo mundo com segurança, ao menos até a base ou ao cume da montanha onde podem montar abrigo para esperar ajuda.

O Curso de Auto-resgate é voltado para o treinamento completo (pensando nas mais diversas situações - resgate do guia e do participante em linha reta, horizontal, teto, perto ou longe do cume etc.) do escalador a ponto de ele poder criar autonomia em um possível acidente (prestando os PS e evacuando se possível).

Recomendamos ao escalador que queira fazer o CAR que faça também um curso de primeiros socorros em áreas remotas (WFA ou WAFA). Não adianta saber acessar a vítima e nada saber fazer.

Além disso é sempre bom praticar os procedimentos, e a cada 2 anos ou refazer o CAR ou, no mínimo, realizar o TAR 1 e 2 (treinamento em auto-resgate em dois modulos de 4 horas cada um): é mais curto e aborda apenas as principais operações, mas é ideal pra revisar e estar com os procedimentos sempre treinados.


Conteúdo do curso:

1 1.1-Introdução ao auto-resgate: quando operar ou não um auto-resgate em escalada.

1.2-Material básico para operações de auto-resgate: improvisando com os equipamentos de escalada.

2. 2.1-Resgate do guia:
                             -Em linha reta (com proteção superior boa e com proteção superior ruim)
                             -Em horizontal (transferência de escalador e transferência de parada)
                             -Em tetos/negativos fortes
2. 2.2 -Resgate do segundo:
                             -Em linha reta (com corda para rapelar e sem corda para rapelar)
                             -Em horizontal (com transferência de escalador e transferência de parada)
                             -Em teto/negativo forte

2. 2.3 -Meios de retirada
-Içamentos: sistemas de polias 3:1, 5:1 e 9:1.
-Rapeis: em contra-peso e tandem.

2. 2.4 -Descer a vítima (e socorrista) passando um nó.
Rafael descendo a vítima da parada. Recurso simples de auto-resgate.


Duração: o treinamento dura 4 dias (32 horas de atividades) e é realizado em ambiente de campo-escola preparado para isso. Equipamentos e material didático inclusos. Seguro optativo.

Contate-nos para marcar uma data, saber de preços e descontos para duplas ou trios...19 99916 6716 (whatsapp) ou andrefunari@gmail.com


20 de julho de 2020

Parada em série - duas maneiras de regular, principais usos e análise SERENES

Um recurso bem interessante e pouco usado é a parada em série

A ideia é simples: se pendurar em um ponto e utilizar um outro como backup. 

Esse procedimento é comum em vias esportivas, quando um escalador vai limpar a via e utiliza uma costura pra "backapear" o ponto em que está ancorado. Acontece que alguns testes mostraram que mosquetões conectados com mosquetões, ou mosquetão-chapa-mosquetão quando solicitados podem estourar ou abrir com muito mais facilidade que uma conexão feita com fita. Uma primeira grande vantagem na parada em série em relação ao velho backup com costura é essa: se elimina a chance de um mosquetão estourar ou abrir tracionando erroneamente (ou por efeito alavanca ou por tracionamento em 3 sentidos) na chapeleta ou em outro mosquetão.

Como funciona:
Com uma fita é feito um loop (balso pelo seio)  que vai ser o ponto central e com o resto da fita ajusta-se o backup no outro ponto de ancoragem. A ideia é deixar a fita o mais curta possível, diminuindo ao máximo o fator "extensão" em caso do ponto principal de ancoragem falhar.
Faço essa regulagem usando dois métodos: ou um nó simples ou um volta do fiel. Se for fazer o fiel lembre de clipar a fita de volta no mosquetão, caso o fiel falhe a fita estará clipada dentro do mosquetão.

Parada de 2 pontos em série regulada com nó simples. Utilizamos o loop formado como ponto central (master-point)
Regulagem feita com fiel: reparem que clipei novamente a fita dentro do mosquetão do fiel. Assim evita-se "ficar fora" da fita caso o fiel falhe.


Vantagens: (1) A maior vantagem nessa parada é quando dois pontos estão desalinhados* (um muito acima do outro). (2) Outra vantagem é de se precisar de pouca fita para montar (quando os pontos estão desalinhados precisa de mais fita pra fazer um triangulo bloqueado, por exemplo). (3) Além disso é uma parada relativamente simples de montar (pode-se deixar o loop feito e a cada ancoragem só ir ajustando o nó na sobra da fita).


Em uma análise SERENES temos:

-Solidez: boa solidez.
-Equalização: média equalização. Em alguns casos até ocorre boa equalização, mas normalmente a carga fica em um ponto e o outro como backup.
-Redundância: média redundância.
-Não-extensão: Muito boa. Se bem ajustada tem extensão zero.
-Simplicidade: relativamente simples de montar, principalmente se já deixar o loop de ancoragem montado.

*Em rochas sedimentares pode existir uma diferença significativa entre uma camada de rocha e outra(e isso pode estar a 10 centímetros ou menos de distância vertical). Então é mais seguro furar uma parada  com os pontos não alinhados, ou seja, um acima do outro. Assim cada ponto vai estar em uma "fase" diferente da rocha, proporcionando maior solidez aos pontos de ancoragem. Existem muitas paradas assim nos arenitos paulistas...assim que percebemos essa vantagem paramos de bater os pontos um ao lado do outro, colocando um acima do outro. Diferente de rochas menos friáveis (cristalinas), como o gnaisse ou granito, ou basalto/diabásio, nos arenitos e calcários pode ser mais sólido ter paradas desalinhadas.

Essa parada é conteúdo do curso de guia de cordada, juntamente com o QUAD e o SWAMP. 

Abraços, André Funari.

3 de julho de 2020

Curso avançado de escalada: proteção móvel

Na "linha evolutiva" dos cursos é natural que o aluno que teve interesse em guiar também queira acrescentar o uso de proteções móveis no seu arcabouço. Esse é o curso ideal para isso!

São apresentadas as peças ativas e passivas de proteção móvel. Seus usos como proteção para quedas (apesar de vermos como artificializar para testar a peça esse não é o foco desse curso) em escaladas em livre e também artificial.

Os tópicos do curso são:

-Histórico do uso de proteções móveis. Princípios do mínimo impacto em escalada em rocha.
-Fundamentos das proteções móveis: ativas e passivas.
-Organizando o material: no porta-equipamento (rack), bandoleiras e costuras no peito.
-Protegendo: como avaliar a solidez da rocha; resistência a primeiro e segundo puxões; "fácil de tirar", proteção do "puxão da corda"; peças multidirecionais; oposição de peças; evitando o efeito zíper; equalização de duas ou mais peças durante a escalada; peças em série
-Parada em móvel: montagem; multidirecionalidade; análise SERENE
-Limpando: retirar as peças com eficiência.
-Manutenção e conservação do material móvel.

O treinamento dura 32 horas divididas em 4 dias e é feito em locais ricos em fendas. Treinamos no chão, de top-rope e em vias bem fáceis assim compreendemos e apreendemos bem as técnicas
para o uso de proteção móvel para poder guiar com segurança.

Abração, André.